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Ministro é coveiro do Interior

2011-10-12

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Empresários acusam ministro da Economia de beneficiar concessionárias das SCUT.

O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, se continuar com a decisão de introduzir portagens nas ex-SCUT's (Auto-estradas sem custos para o utilizador" corre o risco de ficar conhecido como "o coveiro da Beira Interior". Quem o diz é Luís Veiga, um dos responsáveis pelo Movimento Pl'a subsistência do Interior, que reúne empresários dos distritos de Guarda, Viseu e Castelo Branco, que estão contra a introdução de portagens na A23, A24 e A25.
Na passada sexta-feira, 7, na Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas, o ministro anunciou que hoje, quinta-feira, em Conselho de Ministros, o Governo aprovará o decreto-lei que regulamenta a introdução de portagens nas SCUT, embora não tenha adiantado uma data concreta para o início da cobragem, embora Santos Pereira já tivesse dito anteriormente que a medida deveria avançar no final do mês.
"Não sei se quando cá vier será bem recebido" afirma Luís Veiga, que critica o ministro por cometer um "erro crasso". É que, diz, "afirmar que vai colocar portagens e depois vai renegociar com as concessionárias os contratos já feitos é errado. Primeiro negoceia-se e depois é que se tomam medidas" afirma.
Em comunicado, o Movimento acusa o ministro da Economia de " beneficiar as concessionárias das SCUT e a Brisa." Pois, "quando repetidamente as concessionárias das SCUT vêm dizer que estão preparadas para cobrar portagens é necessário explicar porquê".O Movimento diz que ao abrigo de aditamentos contratuais "altamente penalizadores para o erário público, feitos à revelia do Tribunal de Contas, as Concessionárias deixaram de correr quaisquer riscos porque irão passar a receber uma renda fixa (conceito de disponibilidade) que lhes permite pagar aos bancos e ainda obter uma rentabilidade de capitais próprios superior a 20 por cento". E acrescenta que a forte redução do volume de tráfego, a exemplo do que aconteceu nas SCUT do Litoral e Norte, "vai assegurar-lhes ainda uma maior rentabilidade pelo menor volume de encargos com a manutenção das vias." Para além disso, dizem os empresários do Interior, o menor número de acidentes viários nas SCUT vai também "beneficiar as concessionárias em termos contratuais (em sentido inverso, o contribuinte vai suportar mais encargos pelo acréscimo de despesas com saúde associadas ao acréscimo de acidentes em estradas secundárias)." O Movimento Empresários P´la Subsistência do Interior considera ainda que a forma como, na Comissão de Transportes o Ministro da Economia tratou este assunto foi "um autêntico insulto ao Interior do País pois, um governo que ainda não tem um Plano de incentivos ao investimento e ao emprego nomeadamente para a Beira Interior é um governo que só cede a lobbies, não tendo em consideração que a região poderá sucumbir em termos económico-sociais se os custos de contexto não forem eliminados sendo a intenção de portajar a "machadada" final no projecto de subsistência da maior parte das empresas e das pessoas que, por terem pouca representatividade no todo nacional estão claramente a ser colocadas de lado neste processo de eliminação selectiva do orgulho nacional." O porta-voz do Movimento de empresários, Luis Veiga, diz que a serem verdade as intenções do Governo estamos perante "uma das maiores operações de branqueamento de capitais, só comparável com as dos gangs e dos cartéis da Colômbia ou do México." E acrescenta que "o desprezo pelos empresários e pelos habitantes do Interior que encaram a A23, A24 e A25 como a grande circular e eixo de desenvolvimento terá a devida resposta, se o Ministro tiver a coragem de se deslocar à região."
A Comissão de Utentes, em comunicado, já disse que a "luta e o protesto das gentes desta vasta região estarão à altura" daquilo que consideram ser uma "afronta" aqueles que vivem e trabalham no Interior, apelando mesmo a que as pessoas passem nas auto-estradas e não paguem. Já a Federação Distrital da JS de Castelo Branco enviou uma carta aberta a Álvaro Santos Pereira em que mostra preocupação pela introdução de portagens, alegando falta de estradas alternativas, o aumento da sinistralidade rodoviária e as consequências para a economia regional.



Autor
Notícias da Covilhã

Categoria
Local Castelo Branco

Palavras-Chave
Interior / Ministro / SCUT / Economia / portagens / Movimento / concessionárias / Empresários / Santos / Pereira

Entidades
Álvaro Santos Pereira / Luís Veiga / Santos Pereira / crasso / Luis Veiga

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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