Mineiro morre na Panasqueira

2011-10-11

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Acidente de trabalho.
O turno de oito horas na mina já tinha acabado às 15 horas de segunda-feira, mas Micael Lopes, de 20 anos, e o seu ajudante, Ricardo Macedo, de 23, ficaram a trabalhar por mais uma hora para melhorar o acumulado de horas extra no final do mês.
Eram 15h20 quando se deu a tragédia na galeria dos Rebordões, nas Minas da Panasqueira, Covilhã. A cerca de 120 metros da entrada da mina, a máquina de limpeza operada por Micael empancou num calço. "O mineiro parou a máquina e foi à frente ver o que se passava. Enquanto verificava, uma parte do tecto da galeria soltou-se e apanhou-o em cheio. O seu ajudante ainda falou com ele, mas não conseguiu prestar-lhe auxílio e foi a correr procurar ajuda", conta Luís Mendes. O mineiro, que tem formação de bombeiro, foi um dos que acorreu ao pedido de socorro do ajudante, que cumpria ontem o seu primeiro dia de trabalho nas minas. "Quando o retiraram da mina via-se que tinha algumas partes do corpo, sobretudo da cintura para baixo, em muito mau estado. Ainda tentámos fazer os primeiros socorros, mas quando vimos sangue a sair pela boca percebemos que era tarde de mais".
"Este é um acidente quase impossível de prever", reconhece Luís Mendes. No entanto, afirma, "as condições de trabalho são precárias e a ambulância da empresa não tem condições para funcionar e para prestar assistência adequada". Já depois de ter sido retirado do local do acidente, Micael "esteve cerca de uma hora à espera da chegada do INEM", conta Luís Mendes, que reconhece no entanto que a distância e a qualidade das vias de acesso à Barroca Grande não ajudaram a uma resposta mais rápida.
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