Amanhã, quinta-feira, dão a conhecer objectivos do mesmo.
Está criado desde esta semana o movimento "Empresários pela subsistência do Interior". Um movimento constituído por empresários de vários sectores de actividade com sede social nos distritos de Castelo Branco e Guarda, que incluem nomes como Luís Veiga, António Ezequiel ou Ricardo Fernandes.
Reunidos, esta semana, na Covilhã, dez empresários apontaram baterias para a decisão, segundo os mesmos precipitada, de implementação de cobrança de taxas de portagem nas SCUT, nomeadamente na A23 e A25.
Os empresários consideram que além do governo ter-se sempre manifestado pela manutenção das SCUT tal como foram concebidas, e uma vez que a sua construção, no caso da A23 e A25, foi considerada um instrumento de desenvolvimento regional por atravessarem regiões em que o PIB per capita é claramente inferior à media nacional, também a inexistência de alternativas vem colocar em causa a "moralidade jurídica" dessa decisão pelos efeitos negativos a prazo que se farão sentir na região, "já de si debilitada face à desertificação crescente com perda de população ano após ano, resultado da ausência de politicas concretas de povoamento e fixação." Os empresários lembram as assimetrias do PIB per capita entre, por exemplo, Lisboa e a Serra da Estrela e até já fizeram as contas sobre os custos anuais estimados: cerca de 120 mil euros de portagens/ano para um deles, 35 mil euros para outro.
A relação custo/beneficio, segundo os mesmos, seria invertida por uma série de razões entre as quais se destacam: o maior número de acidentes pela utilização exaustiva de pequenos troços de itinerários principais e complementares; a inexistência de ferrovia, nomeadamente entre Covilhã e Guarda; redução de postos de trabalho com crescimento da taxa de desemprego regional; impossibilidade de reflectir o aumento de custos no preço final, nomeadamente nos fornecimentos às grandes superfícies (uma forma de acabar rapidamente com a agricultura e a agro-indústria regional com destaque para os produtores de leite, já de si numa situação de ruptura) e no preço às exportações, com destaque para as maiores unidades têxteis da região que escoam mais de 100 mil toneladas/semana pela rodovia, utilizando em cerca de 90 por cento as autovias espanholas (sem portagem).
O sector turístico regional já previu as potenciais perdas de clientes espanhóis. "A acontecer e, por nos encontrarmos numa zona de fronteira, a perca inicial será de 25 por cento de dormidas de espanhóis, a exemplo do que se está a passar nas principais cidades minhotas, um número difícil de ser substituído pelo mercado nacional na conjuntura actual que seria agravada se um condutor tiver que pagar 25 euros de Torres Novas à Covilhã, ida e volta" diz Luís Veiga, um dos fundadores do movimento que espera engrossar as suas fileiras com um número significativo de empresas no encontro já marcado para, quinta-feira, 3, num hotel da cidade da Covilhã.
Autor
João Alves
Categoria
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Actualidade
Palavras-Chave
Empresários / movimento / Covilhã / Amanhã / Interior / regional / semana / nomeadamente / Guarda / SCUT
Entidades
Luís Veiga / António Ezequiel / Ricardo Fernandes / Amanhã / Interior
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