Cherovia atraiu milhares

2012-09-26

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Doces e gomas à base da cherovia foram uma das novidades.

Ouviram falar do Festival da Cherovia, raiz que habitualmente costumavam cozinhar, cozida, e no ano passado resolveram vir de Sintra até à Covilhã visitar o certame. Viram as muitas utilizações que podem ser dadas ao tubérculo e isso deu-lhes a ideia de experimentar fazer doces com o vegetal. Depois da fase de testes junto da família e amigos, criaram uma empresa, passaram a vender as compotas em lojas e este ano regressaram para dar a conhecer os seus produtos.
Em potes de dois tamanhos, os doces de cherovia foram uma das atracções da quinta edição do Festival da Cherovia. Apesar da chuva e do vento forte ter obrigado a cancelar as actividades previstas para o domingo, a organização estima que cerca de dez mil pessoas tenham passado pelo Jardim Público da Covilhã. A maioria durante o sábado, dia em que, em menos de uma hora, foram vendidos mais de 200 quilos de cherovia frita.
Filhós, bolo ou quiche com sabor a cherovia foram algumas das propostas apresentadas, tal como as gomas à base do tubérculo. Os doces, numa das bancas, também suscitaram a curiosidade dos visitantes, que levou algumas das sete variedades a esgotar. "No ano passado viemos em passeio, este ano quisemos vir apresentar o doces", diz Patrícia Fonseca. "Era pena este alimento estar a cair no esquecimento e achámos importante divulgar um produto que é nacional e tão pouco conhecido noutras zonas", frisa.

Ajudar na distribuição

Para Eduardo Cavaco, da organização, este é um exemplo de como o evento está a atingir os objectivos propostos: manter a tradição do consumo de cherovia, dar a conhecer o vegetal às gerações mais jovens e ajudar os agricultores.
O maestro entende que a quinta edição correu de acordo com o esperado, salienta o "sábado excepcional", com cinco mil pessoas durante a tarde e três mil à noite, e considera que o impacto do festival "está para além" das expectativas. No entanto, perspectiva ainda muito trabalho pela frente, nomeadamente no que toca à ajuda à comercialização da cherovia, agora que a produção também aumentou.
Durante o período do festival, regista-se um pico nas vendas, mas Cavaco sublinha a importância de incrementar a promoção, para estender esse consumo por mais tempo, e encontrar formar de facilitar a distribuição.
No ano passado, conta, através de um contracto com na Cooperativa dos Fruticultores da Cova da Beira, conseguiu-se o interesse da Jerónimo Martins, mas não havia, no imediato, capacidade de resposta para as quantias pedidas e exigências feitas. Nomeadamente relativas ao embalamento e calibragem.

Desejo de atrair espanhóis

Outro dos objectivos, assim existam apoios, é conseguir promover o evento do outro lado da fronteira. "Acreditamos que este festival tem um grande potencial", realça Eduardo Cavaco, satisfeito com a adesão do público.
Apesar de no cartaz a animação estar apenas entregue a grupos locais, devido às restrições financeiras, houve novamente muita gente. "Apercebemo-nos que nos eventos gastronómicos as pessoas vão à procura dos produtos que gostam", refere o mentor do festival, que acredita que a animação, embora muito importante, não é o aspecto fundamental.
No próximo ano o Festival da Cherovia vai continuar, embora a organização, a Banda da Covilhã, Desertuna e Covilhã Eventos, esperem que com mais apoios.