Nas Minas da Panasqueira, novos filões, turismo e estrada são prioridades (duas páginas no NC desta semana).
Depois de prospecções recentes terem dado bons indicadores, a Sojitz Beralt Tin vai continuar em Fevereiro com sondagens nas Minas da Panasqueira, com o objectivo de encontrar filões com maior concentração de minério.
"Não é uma questão de aumentar a exploração, mas ter melhor qualidade", explica António Correia de Sá, administrador-delegado da empresa que tenciona não apenas aumentar as reservas de volfrâmio mas também "conhecer novas possibilidades dos jazigos, fazer uma obra mais selectiva e optimizar a exploração", salienta.
Mas isso não significa um aumento do número de postos de trabalho, actualmente 362. Essa é uma possibilidade, só que para dar resposta a um aumento da exploração seria necessário aumentar a lavaria, neste momento a funcionar no máximo da capacidade.
António Correia de Sá explica que a empresa tem neste momento reservas para 18 anos, 18 milhões de toneladas. Nas Minas da Panasqueira a produção é de um milhão de toneladas por ano.
Desde 1896, altura em que começou a exploração, foram escavados cerca de mil quilómetros de galerias permanentes, transitáveis, que é suposto durarem a vida da mina. Mas somando as galerias feitas em operações de desmonte, feitas com recortes, onde ficam definidos os pilares de sustentabilidade e podem desaparecer, quando abatem, a quantidade de túneis escavados no couto mineiro aumenta para 11 mil quilómetros.
Capacidade de tratamento de águas mais que duplica
A Beralt Tin mais que duplicou a capacidade da Estação de Tratamento de Águas da Mina (ETAM), ao inaugurar uma segunda unidade na passada sexta-feira, 20, na presença do executivo da Câmara Municipal da Covilhã, que se deslocou à Barroca Grande para realizar a reunião pública mensal.
De uma capacidade para tratar 400 metros cúbicos de água com metais perigosos por hora a empresa passou a dispor de equipamento que permite separar os resíduos de 900 metros cúbicos de água por hora. Um investimento da Beralt que rondou o milhão e meio de euros e desde Novembro está em fase de testes. Como actualmente saem da mina 1400 metros cúbicos, a Beralt tenciona ainda este ano instalar uma terceira ETAM, na zona da Salgueira, para dar resposta à totalidade das necessidades.
Do interior sai água muito ácida, com metais na sua composição, com um ph a rondar os 4,5. A água é drenada para uma estação, aumenta-se o ph para 9,5, separam-se os materiais nocivos e parte da água é descarregada na Ribeira do Bodelhão, que desagua no Zêzere. Outra parte volta a ser utilizada na mina, uma vez que a água necessária é toda ela reciclada. "De há uns anos para cá a mina deixou de ser poluidora", frisa Correia de Sá.
Questionado sobre os inertes das escombreiras, o administrador garante não oferecerem qualquer perigo de contaminação. "Não têm qualquer produto tóxico, os sulfuretos saem ou concentrado ou em porções finas que vão para o depósito de concentrados", assegura. "Os inertes que a gente vende para a construção não têm qualquer poluente, é só xisto e quartzo. Os sulfuretos são desviados, já têm certificação CE", anuncia o responsável pela concessionária das Minas da Panasqueira.
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
filões / mina / Minas / Beralt / água / Panasqueira / Sojitz / Fevereiro / Correia / exploração
Entidades
António Correia de Sá / A Beralt Tin / Correia de Sá / NC / Minas da Panasqueira
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