Autarca considera a actual concelhia do PSD "um horror".
"Eu não abandonarei a Covilhã quanto ao seu futuro e àquilo que possa acontecer à Covilhã, isso não", garantiu Carlos Pinto, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, a cumprir o último mandato, à margem da tertúlia "Troca de Palavras", da qual foi o convidado na última sexta-feira, 12.
O edil deixou claro não se alhear do processo de escolha do seu sucessor e defendeu que o importante é ter na autarquia "quem defenda causas", independentemente da filiação partidária, e o concelho não ser governado "segundo a lógica de um partido ou a estética de um rosto". "Sei que por vezes se escolhem os dirigentes do município por causa de ser ou não do nosso partido. O nosso partido só pode ser um: o partido da Covilhã", acentuou, durante as cerca de três horas em que falou para o lotado auditório da Biblioteca Municipal.
Carlos Pinto pediu que os covilhanenses não deixem ficar na Câmara "presidentes moles", mas sim alguém com "sangue nas veias", que consiga batalhar pelo futuro do concelho. Ou seja, "ter a capacidade de convencimento que a Covilhã oferece condições que os outros não oferecem", porque sublinha que o futuro não está na construção de mais avenidas, blocos habitacionais ou campos de futebol, mas na capacidade de atrair investimento e de criar emprego.
Para cumprir essa função, Carlos Pinto considera haver "gente capaz" na Covilhã, "não é preciso importar ninguém". Segundo o autarca, para uma boa escolha basta aos munícipes lembrarem-se do período entre 1994 e 1997, em que o PS foi maioria e optar por "um homem normal, com experiência de vida e de município, e ao mesmo tempo sensatez. "Não precisamos de nenhum Ronaldo para formar uma boa equipa de futebol. Há muita gente que marca golos sem ser o Ronaldo", salienta o presidente, para quem o emprego, a captação de empresas e a dinamização económica e social são os golos a marcar.
"O que se está a passar é um horror"
Apoiar uma lista independente, apesar de militante do PSD, é um cenário de que Carlos Pinto, para já, não quer falar, "só perante factos concretos, não hipóteses". Mas acentua que "o que a Covilhã precisa é de ser bem servida, e as listas independentes estão na lei". "A Covilhã precisa é de ficar com uma boa equipa na Câmara, seja com partidos ou sem partidos, por isso é que a lei reconhece essa possibilidade", realça.
O afastamento em relação à concelhia do PSD é cada vez mais notório e Carlos Pinto evidencia essa ruptura. "O que se está a passar é um horror. Cada vez que abrem a boca, é pior que a anterior", considerou, numa alusão à liderança da actual comissão política laranja.
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Covilhã / Pinto / Carlos / Troca / Palavras / partido / Câmara / Municipal / PSD / sucessor
Entidades
Carlos Pinto / Ronaldo / PSD / PS / Autarca
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original
Convicção do autarca Carlos Pinto...
O candidato independente à Câmara da Covilhã indica como prioridade a criação de emprego...