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Meio milhar contra a Troika

2012-09-18

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População aderiu à manifestação no Pelourinho, no sábado.

Houve quem lançasse críticas à esquerda e à direita, a este e a anteriores governos, quem pedisse a criminalização dos responsáveis pela crise financeira que o País atravessa, quem pedisse a demissão de Passos Coelho, quem exigisse que os esforços pedidos aos cidadãos sejam equitativos, quem censurasse a aplicação de medidas não sufragadas e não incluídas no programa do Governo. Houve quem alertasse para as dificuldades que as famílias atravessam, quem se mostrasse receoso pelas consequências do aumento de impostos. Estas foram algumas das mensagens transmitidas por algumas das cerca de 500 pessoas que na tarde do último sábado, 15, se juntaram no Pelourinho, na Covilhã, durante a manifestação "Que se Lixe a Troika! Queremos as Nossas Vidas!".

O único megafone esteve disponível para quem quisesse partilhar o que o motivou a participar no protesto, e foram muitos a querer fazê-lo. Alguns rostos conhecidos, do sindicalismo a antigos activistas políticos, mas sobretudo gente anónima que exige e acredita que "é possível mudar o sistema". "Deixemo-nos de palavras e passemos aos actos!", gritava um jovem fundanense, aplaudido depois de sugerir que o momento fosse aproveitado para que se apresentassem ideias "para mudar isto".

"É preciso criar condições para haver alternativas credíveis", referiu outro interveniente, a pedir que a mobilização "não fique por aqui". Antes alguém culpava todos os que viabilizaram as medidas de austeridade e houve quem acusasse o primeiro-ministro de tomar decisões sem pensar nas pessoas.

"É um esforço sempre dos mesmos"

A manifestação, apartidária, foi convocada através das redes sociais e estima-se que tenha mobilizado cerca de um milhão de portugueses. Maria José Pais, antiga operária têxtil de 68 anos, soube por familiares do protesto na Covilhã e decidiu também sair à rua. "O Cavaco, que está lá há tanto tempo, que diga para onde foi todo o dinheiro que veio lá de fora. Que expliquem ao povo. Eu nunca pedi um tostão, porque é que devemos tanto dinheiro?", questiona.

Quando Anabela Costa, funcionária pública de 42 anos, teve conhecimento da manifestação, através do facebook, decidiu não faltar por considerar importante que os cidadãos "mostrem o descontentamento". "Se houver muita gente na rua, penso que isso possa pesar nas decisões que o Governo venha a tomar", confia.

Acompanhada dos dois filhos Ana Silva, professora, indigna-se por entender que os sacrifícios pedidos não são "proporcionais". "Não é um esforço de todos, é um esforço sempre dos mesmos", acentua, ao mesmo tempo que acredita no recuo de algumas medidas anunciadas. "Se perdemos a esperança, o que nos resta?", sublinha, para justificar a presença da manifestação.

(Reportagem completa na edição impressa)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
pedisse / Houve / Coelho / População / País / Passos / Pelourinho / manifestação / Troika / esforço

Entidades
Passos Coelho / Maria José Pais / Cavaco / Anabela Costa / Ana Silva

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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