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Mais de oito mil sem subsídio de desemprego

2012-10-17

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No distrito de Castelo Branco.

Cerca de 60 por cento dos 13 mil e 400 desempregados do distrito de Castelo Branco já não recebe subsídio ou qualquer tipo de apoio do Estado face à sua situação. Ou seja, cerca de oito mil pessoas estão nesta altura desempregadas, mas sem subsídio. As contas são da União dos Sindicatos de Castelo Branco (USCB), que na passada quarta-feira, 10, realizou na Covilhã a "Marcha contra o desemprego", que contou com o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos.
Luís Garra, coordenador da USCB, adianta que entre Agosto de 2011 e Agosto deste ano a região ganhou mais quatro mil novos desempregados. No total, haverá 13 mil e 400 desempregados no distrito, "muitos deles já sem qualquer subsídio", assegura. Luís Garra diz que a situação "é grave e tem que ser corrigida" e classifica o fenómeno do desemprego como uma "calamidade social. É preciso travar isto, porque está associada à destruição do tecido económico e do aparelho produtivo", afirma.
Presente na Marcha contra o Desemprego esteve Arménio Carlos, líder da CGTP, que defendeu o fim das Parcerias Público-Privadas (PPP), por considerar que estão a gastar "milhares de milhões de euros" ao Estado. "Tem que se acabar com as PPP porque aqui é que o Estado está a gastar milhares de milhões de euros para financiar o sector privado". Arménio Carlos considera "inadmissível" que com o dinheiro dos impostos o Governo "esteja a criar ou a manter PPP para que sejam os privados a tirarem os respetivos lucros". Observa que "isto não dá" e a CGTP-IN irá "apresentar propostas" e vai "demonstrar que o caminho é outro, que há outras saídas e que há outras possibilidades" para resolver os problemas do País.
Arménio Carlos assegura que o desemprego não é o único problema com que os trabalhadores se deparam, mas também "a precariedade". E acredita que hoje, em Portugal, "não há famílias que não tenham problemas destes". Diz ser "inadmissível" que a geração "mais qualificada" nos últimos anos, no País, "não tenha possibilidade de emprego" e seja "convidada a emigrar pelo primeiro-ministro". Arménio Carlos lembra também que existe muita gente, "sem qualquer tipo de protecção social" face ao desemprego, mas "todo o cidadão deve ser dignificado. Exigir o subsídio de desemprego é preciso, porque não é uma dádiva aos trabalhadores, é antes um direito face a uma vida de descontos. Não é nenhum favor" afirma. No Interior, o líder da CGTP lembra que há muita gente que ainda espera por indemnizações por fechos de empresas "de há 10 e 15 anos" e pediu "mais celeridade" aos tribunais para decidirem nestes casos.
Além das questões da interioridade, desertificação ou falta de emprego, Arménio Carlos lembrou o tema das portagens, até porque reuniu, antes da Marcha, com o Movimento de Empresários p'la Subsistência do Interior. "Os cortes em cima de cortes só trazem cada vez mais problemas à população" assegura, lembrando também a subida de impostos como o IRS ou IMI. Um "roubo declarado" assegura.
O líder da CGTP-IN também frisou a necessidade de responsabilizar o Governo pela situação em que o País se encontra e por o primeiro-ministro não ter cumprido as promessas que fez ao eleitorado. Em relação às medidas de austeridade, observou que em vez de um pacote existe "um pacotão de austeridade, um pacotão de sacrifícios, mas sempre dirigidos para os mesmos, para aqueles que criam riqueza, que produzem, que desenvolvem" o País. "Queremos dizer ao senhor primeiro-ministro que a palavra é para cumprir. Neste País ainda existe honra e o senhor primeiro-ministro não está a cumprir, pelo contrário, enganou, mentiu aos portugueses", afirma.
No final da marcha realizada na Covilhã, com a presença de várias dezenas de desempregados, Arménio Carlos desafiou o primeiro-ministro a sair do seu gabinete e a "ouvir o povo" e os seus problemas. "Este Governo é um Governo que está descredibilizado e todos os dias por onde passamos, o que ouvimos dizer é que já está na hora de se ir embora", afirma. Durante a "Marcha do Desemprego" os participantes empunhavam cartazes e bandeiras e gritavam várias palavras de ordem como "trabalho sim, desemprego não!", "é preciso, é urgente, uma política diferente!" e "está na hora de o Governo ir embora".



Autor
João Alves

Categoria
Local Covilhã

Palavras-Chave
Carlos / desemprego / Arménio / Castelo / Branco / subsídio / Governo / País / Marcha / Cerca

Entidades
Arménio Carlos / Luís Garra / União dos Sindicatos de Castelo Branco / CGTP-IN / USCB

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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