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As automotoras da Beira Baixa

2012-03-14

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A CP sabe que errou embora não o admita, habituados que estamos à sua postura majestática.

A Covilhã, o Fundão, Castelo Branco, Vila Velha de Ródão e Abrantes não podem aceitar a porcaria de serviço automotor que lhes foi imposto pela CP indevidamente denominado de Intercidades.
Não é justo que num serviço de longo curso, com tradição de ter sido servido por excelentes carruagens com elevados índices de conforto e por determinação da CP de um momento para o outro os passageiros das localidades citadas se confrontarem com tão depauperada qualidade, prestados por umas automotoras velhas e ultrapassadas sem o mínimo de qualidade. A deficiente qualidade dos boggies (rodados das carruagens) com mais de 30 anos de serviço, não conferem às composições o mínimo de estabilidade logo que a linha apresenta alguma anomalia.
Logo à saída da gare do Oriente até Vila Franca de Xira, onde o troço da linha apresenta sinais evidentes de deterioração, as automotoras parece que se desconjuntam todas isto porque, as ditas não podem ultrapassar os 120 quilómetros por hora. Uma vez que aqui vão no limite da sua velocidade, a que não estão habituadas, o comportamento do material é pura e simplesmente execrável. Convém recordar que o passageiro que escolhe o comboio fá-lo por diversas razões elegendo de entre elas o conforto, alguma privacidade e sobretudo um comodismo que só este meio de transporte proporciona.
Este material remoçado que não consegue esconder as marcas do tempo, dum tempo que já devia ter passado foi indevidamente reaproveitado para exercer funções para as quais não está vocacionado. Questiono os decisores e os políticos que não são utentes destes serviços e apenas ouvem falar deles, porquê a Beira Baixa estar vaticinada a tamanhas vicissitudes?
Não consigo encaixar esta ideia de ter que retroceder no tempo e em qualidade em vez de procurarmos ser melhores naquilo que fazemos ou decidimos. Os portugueses são mesmo assim, não conseguem fazer as coisas à sua dimensão e somos de extremos em ambos os sentidos.
Quando se implementou o serviço Intercidades a ideia até esteve certa, ir e voltar no mesmo dia. Alindou-se o material, o mesmo que o convencional, mas digno e confortável. Passaram-se os comboios para quatro composições diárias, duas em cada sentido e mais recentemente, para seis. Um tremendo erro.
A CP sabe que errou embora não o admita, habituados que estamos à sua postura majestática. Este material sem condições para o serviço tem perfil para suburbano e no máximo um regional de qualidade, pois que deveria ser o tipo de comboios dominantes e não tantos Intercidades. Seis para quê, para andarem às moscas?
A todos os autarcas, políticos e demais decisores apelo para que se corrija tamanha enormidade cometida e se reponham os comboios de máquinas e carruagens. Para não falar numa outra enormidade, o preço cobrado pelo serviço, largamente superior ao praticado pela camionagem.



Autor
António Pinto Pires

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
serviço / Covilhã / Fundão / Castelo / Branco / Ródão / Abrantes / qualidade / automotoras / Vila

Entidades
CP / Intercidades / Fundão / Castelo Branco / Vila Velha de Ródão

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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