Cinismo, hipocrisia e mentira minam a classe política e respectivos interesses instalados.

O tempo de férias está a transtornar muita gente, com particular incidência na elite que nos governa. A austeridade continua a ter excepções, naturalmente sempre para o mesmo lado. Numa altura em que se vai aos subsídios de desemprego e de doença apanhar migallhas e se rapa o inimaginável aos mais carenciados, os governantes compram carros topo de gama mostrando a maior das insensibilidades. Que dizer de um primeiro-ministro norueguês que anda de mini e que se mistura com o seu povo para avaliar a sua governação?
Todos os dias se fica espantado com a série interminável de factos que vão saindo do enorme buraco a que nos conduziram. Este País é afinal um enorme BPN que se permite pagar rendas descaradamente provocadoras, PPP que continuam a impor o seu poder, SWOPS que roubam com naturalidade os dinheiros públicos, banca que se permite propor aldrabices nas contas públicas na cara dos poderes democraticamente instituídos. Todos os dias há lixo que sai de baixo do tapete..democrático. Cinismo, hipocrisia e mentira minam a classe politica e respectivos interesses instalados. Falsificam documentos com o à vontade de quem sabe que nada vai acontecer. Sentem-se donos do sistema e acima das leis. Tudo vale e ninguém tem mão neste "arco de governação e " no "arco da contestação" ambos coveiros da democracia que se perde nas mãos duns quantos salteadores que falam e gritam defendendo os seus interesses politico-ideológicos.
As elites actuais são mal-educadas, mal formadas e brincam com a transparência da vida pública. Vivem da ética de ocasião manobrada de acordo com as circunstâncias. A classe política que conduziu o País à situação actual procura culpados. Nesta cultura de insultos e passa culpas continuamos cada vez mais endividados e sem soluções que recriem um estado de confiança. Os últimos acontecimentos provam que a ética tem preço e que muita gente está à venda no circo dos interesses instalado. As elites brincam ao novo-riquismo satisfazendo os seus egos nos disfuncionamentos da democracia. Banqueteiam-se nos ganhos dos interesses. O ritmo do palavreado, da direita à esquerda, alimenta-se de ódio e inveja. A luta de classes está agora transformada em ódio de classes. Quanto pior, melhor, parece ser o lema do "arco da contestação", que promete o melhor dos mundos sem dizer como e quem pagaria as facturas do estado da abundância e facilidades que prometem. Tudo indica pela conjuntura do "disse-disse" que vamos entrar em fase de saldos, como convém em época de eleições. Tudo continua a ser tratado nos médias e numa lógica de poder os acontecimentos sucedem-se sem responsáveis nem respeito pelos (des)governados.
Faliram a arca. Todavia, os salteadores não desistem enquanto houver fundos trokianos e cadeiras de poder no sistema. "Quo Vadis" democracia?

Autor
José Vicente Ferreira

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
interesses / classe / arco / Cinismo / governa / salteadores / democracia / falida / tempo / férias

Entidades
Falsificam / Faliram / BPN / SWOPS / País

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