A autarquia pretende que algum privado queira construir o edifício que a Câmara depois arrendará para ceder à Teleperformance.
A Câmara Municipal da Covilhã vai abrir uma consulta ao mercado para saber se há interessados na construção do edifício a ceder à Teleperformance, junto ao Mercado Municipal, em troca da alienação do terreno e com o compromisso do posterior aluguer por parte da autarquia.
Segundo o presidente, Carlos Pinto, face à incapacidade do município em fazer neste momento o investimento, e por existir um acordo assinado com a empresa, em que se comprometeu a disponibilizar um espaço, para que esta aumente o número de postos de trabalho, esta é a solução possível, embora se diga aberto a alternativas viáveis.
Na última reunião camarária, realizada sexta-feira, 15, em Orjais, foi decidida a alienação do espaço onde estava localizada a antiga Loja do Zé André. A decisão sobre o vencedor, caso existam interessados, será tomada mediante a análise de três vectores: o valor oferecido pelo terreno, com um custo mínimo de 250 mil euros; o valor estipulado para a renda e o número de anos a que o município fica vinculado.
O assunto não foi pacífico e o PS chegou a pedir que o ponto fosse retirado e votado mais tarde, depois de todos se sentarem à mesa e o debaterem. João Esgalhado, eleito pelo PSD, lembrou já terem sido gastos na aquisição e demolição dos imóveis cerca de 500 mil euros e, perante a perspectiva do posterior arrendamento do espaço, para o ceder à Teleperformance, questionou quanto o município está disposto a pagar por cada posto de trabalho criado no concelho. "Quanto é que estamos a dar por cada emprego que estamos a criar? Qual é o limite?", questionou.
PS queria mais tempo para estudar assunto
Vítor Pereira frisou não estar a querer mostrar uma posição de força, realçou apenas querer ter mais elementos e tempo para se pensar em outros modelos possíveis, já que a proposta em votação "tem geometria variável a mais", embora tenha elogiado a criatividade. "Eu não vou retirar a proposta, porque vocês não têm alternativa para o espaço que ali está", reforçou Carlos Pinto.
Para o presidente esta solução "é excelente", ao permitir "testar o mercado". "A Câmara vai fazer um arrendamento para um edifício que não pode construir por ela", acentua Carlos Pinto, fazendo referência à necessidade de honrar o acordo com a empresa, sob pena de esta ir para outro lado onde até já existem espaços prontos onde pode ser acolhida. Pedro Farromba, vice-presidente da autarquia, referiu as dificuldades em captar investimento e na necessidade de dar condições à Teleperformance para que aumente o número de postos de trabalho.
O impasse acabou por ser desfeito por Pedro Silva, o outro vereador eleito pelo PSD, ao dizer que votaria favoravelmente se tivesse a garantia que, independentemente do número de propostas, a palavra final fosse "do órgão". "Esta proposta não vincula a câmara a nada", respondeu Carlos Pinto. Mas Pedro Silva censurou ainda estar-se a fazer um investimento sem retorno assegurado, por não haver um compromisso por parte da empresa de quantos anos vai ficar instalada na Covilhã.
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Municipal / Teleperformance / junto / Pinto / Carlos / Mercado / Câmara / espaço / proposta / ceder
Entidades
Carlos Pinto / João Esgalhado / Vítor Pereira / Pedro Farromba / Pedro Silva
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