As duas empresas a instalar na antiga Loja do Zé André comprometeram-se a ficar no local por um período mínimo de dez anos, informa a autarquia.
À terceira foi de vez. Depois de cinco vereadores terem levantado muitas dúvidas na reunião pública de Orjais e de a terem chumbado, no Tortosendo, a proposta apresentada pelo executivo para a construção das futuras instalações da Teleperformance e da Roff, por considerarem a solução "lesiva" e com todos os riscos imputados ao município, a autarquia informa ter assegurado a permanência das empresas por um mínimo de dez anos e o negócio foi aprovado por unanimidade na sessão da passada terça-feira, 16.
Embora continue a considerar tratar-se de "um mau negócio", Pedro Silva, eleito pelo PSD, realça ter-se conseguido uma garantia mínima e vinca ter votado num "mal menor". Vítor Pereira, do PS, valoriza a diminuição dos riscos para a autarquia e considera ter sido conseguido "não o óptimo, mas uma solução intermédia".
Um grupo financeiro com sede em Bruxelas vai, assim, pagar à Câmara da Covilhã 250 mil euros pela cedência do terreno junto ao Mercado Municipal, onde estava situada a Loja do Povo, conhecida por loja do Zé André, alugando depois o espaço à autarquia, que o vai arrendar às empresas.
Para além de as empresas se terem comprometido a ficar pelo menos dez anos, outra alteração prevê conceder à Teleperformance e à Roff um período de carência de três anos no pagamento da renda, para compensar o investimento que têm de fazer para se instalar.
Previstos 350 postos de trabalho
"A proposta é a mesma. Fizemos um esforço no sentido de ampliar o contrato de arrendamento", disse Carlos Pinto, presidente da autarquia.
A Teleperformance, que já funciona no último piso do Mercado, prevê criar mais 300 postos de trabalho, em dois pisos, e a Roff, com instalações no Parkurbis, antevê a contratação de mais 50 funcionários, para ficarem a laborar num dos pisos do futuro edifício.
Carlos Pinto espera que o contrato com o grupo financeiro que se propôs construir o edifício seja assinado ainda este mês e estima que até final de 2015 estarem a funcionar na zona do Mercado Municipal cerca de mil pessoas, juntando os postos de trabalho a criar aos já existentes.
O socialista Vítor Pereira realça que "a Câmara corria integralmente o risco", agora "atenuado" e acentua ter sido a insistência da oposição na procura de alternativas que permitiu "negociar mais vantajosamente". O vereador acrescenta ter votado agora favoravelmente para defender os postos de trabalho.
Pedro Silva, vereador social-democrata desde Novembro último sem pelouros e que assumiu desde então divergências públicas com o presidente, mostra-se convicto que "é um mau negócio". Ainda assim, considerando o contexto financeiro, que a autarquia não tem capacidade para construir o edifício a expensas próprias e dada a importância de criar emprego, votou favoravelmente depois de ter sido dada uma "garantia mínima".
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Teleperformance / autarquia / Loja / instalações / empresas / Roff / postos / Mercado / futuras / negócio
Entidades
Orjais / Roff / Pedro Silva / Vítor Pereira / Carlos Pinto
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