A qualidade e a quantidade da comida fornecida pela Eurest é motivo de descontentamento e levou crianças a deixarem de comer na escola.
Comida mal confeccionada, em pouca quantidade, fria, pouca diversidade, quase inexistência de legumes e saladas. Estas são algumas das queixas que pais de crianças de escolas do primeiro ciclo do concelho da Covilhã fazem às refeições servidas desde o início do ano lectivo. Os agrupamentos admitem existir descontentamento e a autarquia diz estar a acompanhar o problema e pondera rescindir o contrato de três anos com a empresa fornecedora, a Eurest, caso o serviço não melhore.
A situação arrasta-se desde Setembro, altura em que a Eurest venceu o concurso público internacional e substituiu a anterior fornecedora. Na altura, as crianças começaram a reclamar da comida. Como o problema persistiu, houve quem passasse a ir buscar as crianças para almoçar em casa, alguns pais recorreram a outras instituições na hora da refeição e, quem não o pode fazer, tem reforçado os lanches dos filhos e desespera com a falta de qualidade da alimentação.
Cristina Lopes notou o problema logo nos primeiros dias. Os pais reclamaram e houve pequenos acertos, embora continuasse o descontentamento em relação à qualidade e quantidade. Depressa percebeu que as queixas se estendiam às outras crianças e eram transversais a todas as escolas. "As sopas têm sempre a mesma base, sabem todas ao mesmo, não existe diversidade na ementa, faltam verduras", aponta.
Preocupada com a ausência de respostas e porque tardava em ver melhorias, passou a ir buscar a filha para almoçar a casa, com os transtornos familiares que essa opção implica. "Com a empresa anterior uma ou outra vez a comida não era tão boa, mas não se podia considerar má. A comida desta não passa do sofrível ou, quando muito, aceitável, mas nunca é boa", lamenta Cristina Lopes.
Sandra Almeida começou por dar o "benefício da dúvida" quando no início surgiram os problemas. Passado mais de um mês tem dificuldade em perceber que a Câmara da Covilhã permita que se continue a prestar um serviço que, em sua opinião, não tem qualidade. Sandra não tem uma alternativa para a filha, de sete anos, que muitas vezes se queixa de ficar com fome. A solução tem sido reforçar os dois lanches diários que leva de casa.
Autarquia pôs funcionários a acompanhar as refeições
O presidente do Agrupamento Pêro da Covilhã confirma existir "algum descontentamento". Jorge Antunes adianta estarem a ser feitos relatórios diários pelos professores, depois enviados a quem contratualizou o serviço, a Câmara. O responsável educativo informa estar à espera que a empresa marque o dia para o acompanhar com uma pessoa numa ronda pelas escolas à hora da refeição.
Paulo Rosa, vereador em final de mandato com o pelouro da Educação, frisa ter chamado a atenção da empresa após as primeiras reclamações e informa ter posto uma equipa do sector da Educação a acompanhar as refeições nas escolas. Com o tempo, sublinha, tem a indicação de que o serviço tem vindo a melhorar.
"Neste momento as coisas estão melhores. Temos estado a acompanhar in loco. Temos assistido aos almoços e sabemos que as críticas têm razão de ser. A empresa não se portou bem", frisa.
"Dei indicações para rescindir caso não melhorem, mas isso necessita ir a reunião de câmara e o processo está emperrado até à tomada de posse", informa o vereador com o pelouro.
(Notícia completa na edição papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
comida / Eurest / crianças / escolas / Pais / acompanhar / empresa / descontentamento / qualidade / Covilhã
Entidades
Cristina Lopes / Sandra Almeida / Sandra / Agrupamento Pêro da Covilhã / Jorge Antunes
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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