Do antigo hospital.
Dois técnicos da Administração Regional de Saúde (ARS) estiveram na Covilhã para visitarem as instalações do antigo hospital e analisarem o pedido da indemnização compensatória pela utilização do antigo edifício, há dez anos aguardada pela Santa Casa da Misericórdia da Covilhã.
"Na quinta-feira [21] tivemos a visita de dois técnicos da ARS, para virem analisar a situação, e esperamos a todo o momento uma resposta", revelou ao NC Pedro Paiva, provedor da Santa Casa, satisfeito por ver que estão a ser feitas diligências e que o assunto "está a ser tratado".
Segundo Pedro Paiva os dois técnicos vieram fazer uma "reavaliação, em virtude dos anos que passaram". Para o provedor esse avanço no processo representa "uma luzinha ao fundo do túnel, depois de muita insistência".
Em causa estão 583 mil euros reclamados pela Misericórdia ao Ministério da Saúde, para compensar a degradação provocada no edifício do antigo hospital enquanto a unidade funcionou no Alto de santa Cruz, em instalações da Santa Casa, até Janeiro de 2000. Com os juros, o valor já ascende aos 700 mil euros, realça Pedro Paiva.
Há dez anos que a Santa Casa aguarda o pagamento desse valor, determinado por uma comissão independente. A dívida, salientava Pedro Paiva, há um ano, foi assumida, embora não tenha sido ainda saldada.
Em Fevereiro do ano passado, de visita à Covilhã, o ministro, Paulo Macedo, confrontado a situação, alegou desconhecer o dossier e prometeu "analisar rapidamente" o caso, mas ressalvou que a dívida à Misericórdia teria de ser "analisada no conjunto das dívidas da Saúde". Na altura a Santa Casa reuniu elementos para entregar à tutela um dossier sobre o assunto, mas em Outubro último ainda não havia qualquer resposta e Pedro Paiva admitia a possibilidade de se demitir, caso o Ministério da Saúde não desse novidades.
De acordo com o provedor, que em Outubro abordou o caso, o dinheiro dessa dívida "serviria para negociar com a banca, para diminuir os elevados encargos com juros", adiantava. Pedro Paiva lembrava que antes da sua gestão foram celebrados empréstimos a contar com a entrada iminente dos 583 mil euros na tesouraria e, como o valor ainda não foi pago, as obrigações com esses encargos financeiros se tornaram excessivamente elevadas. "Não há quem governe a instituição com os encargos financeiros que existem", avisava. A demora na resposta, considerou o provedor, "revela alguma irresponsabilidade".
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Paiva / Pedro / Santa / Casa / ARS / Saúde / Administração / Regional / antigo / técnicos
Entidades
Santa Casa / Pedro Paiva / Paulo Macedo / Administração Regional de Saúde / ARS
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