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Interior pode perder 30 por cento das pessoas

2013-10-30

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Estudo apresentado no Fundão com perspectivas pessimistas.

O presidente da Câmara do Fundão, Paulo Fernandes, reivindicou no passado sábado, 26, a instituição do "estatuto dos territórios de muito baixa densidade" para contrariar indicadores que apontam que o Interior do País pode perder 30 por cento de população nos próximos 30 anos. "Tem de haver claramente uma apreciação nacional do problema. Tem de se avançar com o estatuto de territórios de muita baixa densidade, o que na prática significa uma discriminação positiva, em todas as áreas, para as regiões que vivem de forma mais acentuada o problema da perda de população", disse o autarca à agência Lusa.
Paulo Fernandes falava à margem da apresentação do DEMOSPIN, um projecto científico de análise económico-demográfica, cujos resultados foram divulgados na cidade. O projecto, que começou há três anos, foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e inclui estimativas para os horizontes temporais de 2030/2040 e de 2100. "São dados muito preocupantes, que nos deixam uma sensação de desânimo, mas que nos obrigam a encontrar soluções", acrescenta o autarca, que também defende uma intervenção a nível regional baseada num plano de desenvolvimento estratégico que aposte nos aspectos diferenciadores da região e que envolva municípios e instituições regionais.
O objectivo é "escapar à máquina trituradora do declínio demográfico", conforme apelou Eduardo Anselmo de Castro, investigador do DEMOSPIN e professor da Universidade de Aveiro, entidade que liderou o projecto realizado em conjunto com as universidades de Coimbra e Beira Interior e com os institutos politécnicos de Castelo Branco e Leiria. "Se a situação não for alterada, o Interior, daqui a 30 anos, terá 30 por cento de pessoas a menos do que tem actualmente", afirmou, com base nas conclusões.
O estudo apresenta seis cenários possíveis de evolução demográfica, que evoluem do mais favorável para o pior e dos quais se retiram conclusões em termos territoriais.
A região do Pinhal Interior Sul (engloba os concelhos de Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei, todos do distrito de Castelo Branco) é a que apresenta, em todos os cenários, os indicadores mais negativos. "Se nada acontecer, o que se verificará é que o Pinhal Interior Sul, que neste momento tem cerca de 40 mil habitantes, em 2100 terá só oito mil pessoas, ou seja fica apenas com cerca de 20 por cento da população que tem actualmente", especificou Eduardo Anselmo de Castro.
Panorama que, ainda que com variantes, não é muito diferente nas restantes regiões do Interior. "Se o Pinhal Interior Sul fica com 20 por cento da população, a Cova da Beira só fica com 30 por cento da população actual. O problema não é só do Pinhal Interior Sul, essa é a situação mais espectacular, mas temos também o caso de Trás-os-Montes, do Douro, da Beira Interior Norte, da Beira Interior Sul, ou seja, toda a faixa que vai desde Bragança até ao Alentejo tem problemas semelhantes", frisou o investigador.
De acordo com as conclusões do projecto, a perda de população será de tal forma acentuada que poderá chegar-se ao ponto de não haver pessoas suficientes para os postos de trabalho existentes.Eduardo Anselmo de Castro recordou que "é espectável que em 30 anos o emprego reduza em cerca de 20 a 30 por cento", mas, mesmo assim, "se nada for feito, as pessoas que vão restar não são suficientes para esse emprego reduzido", alertou.



Autor
NC

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
Interior / Fundão / Sul / perder / população / Pinhal / Beira / Câmara / País / pessoas

Entidades
Paulo Fernandes / Eduardo Anselmo de Castro / Lusa / Fundação para a Ciência / FCT

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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