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Serra coberta de negro

2013-08-28

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Mil hectares arderam, em dois dias, na encosta da Covilhã.

Aquilo que levou 23 anos a regenerar, o fogo reduziu a cinzas em dois dias. O incêndio que deflagrou às 4h51 de sexta-feira, junto a um caminho ao fundo da encosta da Rosa Negra, destruiu cerca de mil hectares de mato e floresta.

Enquanto a encosta nascente da Serra da Estrela, entre Vila do Carvalho e as Penhas da Saúde, ardia, os carros na Covilhã iam ficando cobertos de cinza e as faúlhas caíam como se estivesse a nevar.

Durante a manhã a zona das Quatro Casas, como voltaria a acontecer, viu as labaredas aproximarem-se perigosamente. Valeu a interveção dos bombeiros. A zona da Pousadinha, em Cantar Galo, não tendo estado em perigo, viu as chamas andarem nas proximidades, junto às habitações mais cimeiras. Mas também aí foi feito um cordão de segurança que, com a ajuda dos meios aéreos, conteve o fogo.

Desde que os primeiros residentes se começaram a aperceber do incêndio, as ruas mantiveram-se cheias de gente preocupada. Até porque os acessos, um dos principais obstáculos, eram difíceis ou inexistentes, obrigando a estender as mangueiras por longas distâncias.

Ao início da tarde de sexta-feira, tal como por volta das 3h da madrugada de sábado parecia que as chamas estavam a ceder, mas rapidamente o fogo progrediu encosta íngreme acima, propagando-se e obrigando a evacuar o Parque de Campismo do Pião.

Sentados junto ao Estádio Santos Pinto, para onde os campistas foram encaminhados, estavam Elvira e Moisés Barata com a restante família, filhos, pais idosos, irmãos, ao lado dos quatro carros com que vieram de Idanha-a-Nova. "Claro que tivemos medo. Ouvia-se tudo a estalar. Mandaram-nos sair e só trouxemos os computadores e a roupa que estava nos carros. Agora estamos à espera de autorização para lá voltar", conta Moisés, depois de saber que o Parque se salvou.

Nas casas da Biquinha junto à floresta também é grande a azáfama, com os carros de combate a atestarem. Desde bem cedo que a população saiu à rua, inquieta com a progressão das chamas.

O incêndio acabou por ser controlado às 15h30 de sábado, embora os reacendimentos se sucedessem nos dias seguintes. Durante as 34 horas estiveram no terreno 278 operacionais, 71 viaturas de combate e mais algumas de apoio, dois aviões bombardeiros pesados, dois médios, quatro helicópteros e duas máquinas de rasto.

Durante as operações a população foi-se dirigindo ao quartel dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, a entregar mantimentos. Fernando Lucas, o comandante, agradeceu "todo o apoio que foi dado". "Há muito tempo que não se via uma manifestação de apoio como esta. Nada nos faltou, desde um pacote de leite a um chocolate", sublinhou.

(Reportagem completa na edição papel)



Autor
Ana Ribeiro Rodrigues

Categoria
Secções Actualidade

Palavras-Chave
encosta / Covilhã / Serra / hectares / junto / carros / fogo / incêndio / Durante / chamas

Entidades
Rosa Negra / Elvira / Moisés Barata / Mandaram-nos / Moisés

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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