Portugal devia ter um Plano de Ordenamento de Demolições

2014-09-10

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O covilhanense Pedro Gadanho, curador do Departamento de Design e Arquitectura do MoMA, lamenta a construção "exagerada e desqualificada dos anos 80" que entende ter descaracterizado a cidade.

Quem é Pedro Gadanho?
Um homem de muitos ofícios. Arquitecto, curador, escriba.
Como foi a infância na Covilhã? Quais são as memórias mais vincadas desse período até ir para fora?
A infância na Covilhã foi relativamente curta e dividida em duas partes: um primeiro momento no Tortosendo, até os meus pais se mudarem para o Porto, tinha eu 3 ou 4 anos. Depois passei um ano com os meus avós, no ano quente de 1974, a fazer a primeira classe na Escola Primária do Bairro do Rodrigo. Só daí tenho algumas vagas recordações. Lembro melhor os verões quentes que vinha passar na cidade, mais uma vez com os meus avós, com escaladas a pé até ao centro ou até a piscina municipal.
Quando foi embora?
Com a morte dos meus avós e a venda da casa que tinham no Bairro do Rodrigo, e mesmo se ainda tinha família na região, deixei de visitar a Covilhã, já entrado na Universidade.
Que ligações mantém à Covilhã?
Tenho sempre curiosidade, mas é difícil manter o contacto ou acompanhar o que se passa na cidade, mais a mais quando estive muitos anos sem regressar. Voltei apenas há dois ou três anos para participar no TedX da Covilhã, na Universidade da Beira, o que me deu bastante prazer pois pude-me confrontar com as memórias que tinha da cidade e as transformações que entretanto se deram - devo dizer, para melhor. Já com olhar de arquitecto, tinha-me ido embora com uma impressão muito má do quanto a construção exagerada e desqualificada dos anos 80 tinha descaracterizado a cidade. Entretanto percebi que tinha passado a haver investimento no espaço público que, de algum modo, permitiu destacar o que de melhor sobreviveu na paisagem urbana.

(Entrevista completa na edição papel)