Comida de restaurantes para ajudar carenciados

2014-05-21

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Projecto Refood em marcha na Covilhã e Fundão.

Recolher, em restaurantes, cafés ou pastelarias, entre outros, comida, que não chega à mesa dos clientes e que, possivelmente, iria para o lixo, de modo a ajudar pessoas com carências económicas. É este, em suma, o conceito do projecto Refood, que está a ser lançado nas cidades da Covilhã e no Fundão. Em pouco mais de duas semanas conseguiu conquistar 83 voluntários, um número que superou "as expectativas", segundo a dinamizadora da iniciativa, Marta Alçada.
Esta quinta-feira, 22, há uma reunião "sementeiras" no Fundão, e na Covilhã a mesma decorre amanhã, sexta-feira, 23, pelas 21 horas, no pavilhão da ANIL. O objectivo é cativar cada vez mais voluntários que usem duas horas diárias para, com o seu trabalho, ajudarem quem precisa. "Estamos a reunir os voluntários e agora vamos apresentar o projecto a um conjunto de convidados que podem ser nossos parceiros, designadamente as instituições de solidariedade social e os proprietários dos estabelecimentos comerciais, que serão vitais na concretização do projecto. Sem eles, não poderemos avançar", sublinha Marta Alçada, que recorda que até agora, o Refood apenas teve divulgação nas redes sociais, nomeadamente o Facebook, mas que a adesão tem sido "surpreendente".
A rede Refood foi criada em 2011 pelo norte-americano Hunter Halder, que vive em Portugal há mais de 20 anos, e consiste na recolha de comida por cafés, pastelarias e restaurantes e posterior distribuição por famílias carenciadas. Na Covilhã e no Fundão, o trabalho está ainda na fase de organização, mas os voluntários acreditam que até Outubro estejam reunidas todas as condições para avançar no terreno. Marta Alçada reitera a ideia que os parceiros não terão de enfrentar qualquer custo adicional, uma vez que o que se pretende recolher são os produtos que não chegaram a ser servidos, apesar de manterem toda a qualidade. Explica ainda que o grupo de cidadãos que está a promover o Refood necessitará agora de instalações, bem como equipamentos de frio e bancadas, para proceder ao armazenamento e separação dos produtos recolhidos antes de estes voltarem a ser distribuídos.
Quanto à identificação das famílias que receberão os produtos, Marta Alçada refere que será feita em parceria com as instituições de solidariedade social "para evitar que haja duplicação de apoios nuns casos, enquanto outros possam continuar sem ser abrangidos".