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Prendas de Natal

2014-12-17

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Tantos se bateram na busca dos mares, dos ares, das terras, que protegiam com torres e muralhas….

Temos o Natal à porta com muitas das tradições bailando ao vento e montras bem enfeitadas, vestidas de todas as cores e feitios, intoxicando olhares que nelas se vão perdendo, mesmo quando o cascalho monetário parece deixar de tilintar na profundeza dos bolsos.
A quadra festiva também vem sendo alimentada, enriquecida, para não dizer entupida, por um sem número de debates televisivos que vão entulhando as cabeças com desavenças jurídicas, financeiras, violências domésticas e selvagens, assaltos e confusões com outras coisas à mistura, que já nem sabemos se fazem ou não parte de telenovelas ou se são apenas cenas reais eventualmente chocantes. As câmaras fotográficas, por buracos das fechaduras, espreitam e surpreendem artistas envolvidos ou não no emaranhado das desavenças que fazem deles personagens que jamais se desprendem das línguas e dos gestos. As pesquisas informáticas conseguem entrar no abc do cidadão que sempre se julgou impenetrável e que, a partir de certa altura, se vai convencendo que, de seu, já nada tem. As escutas telefónicas são outra parte do filme que é capaz de dar extremo gozo a quem passa seu tempo com o aparelho colado aos ouvidos.
Não sabemos ainda se o Pai Natal deste ano irá ou não entrar em greve, porque elas já são tantas, que nem sabemos se nos vão permitir contemplar, a tempo e horas, as luzinhas da árvore ao fundo do túnel. Vejam o que está a acontecer com a nossa excelente transportadora aérea que não sabemos se estará disponível para trazer o Pai Natal para a portela ou se ele terá que voltar ao tempo das renas e do trenó. É altura de se fazer entrega dos tradicionais presentes com os grandes continuando a oferecer coisas boas aos amigalhaços que depois farão delas o que bem entenderem. O descontentamento social já é muito maior que a doçaria no cimo do bolo-rei, que os mais gulosos hão-de engolir deixando a fava para os mais desprotegidos. Os mexilhões que se governem também e o resto que se lixe.
Mas será que a Portugália irá mesmo deixar de poder contemplar o sol perdendo-se nas nuvens carregadas que pairam no alto onde os efeitos da PT e família se cruzam em desvario? Tantos se bateram na busca dos mares, dos ares, das terras, que protegiam com torres e muralhas….
Valha-nos a nova bola de futebol, que está prestes a entrar em campo e alguns hão-de chutar na perfeição, se quiserem ser erguidos no andor, adorados por milhões e, por outros tantos, emoldurados em euros. Ainda se fizessem uns chapéus à medida e na perfeição como fez o Erivelto do Sporting da Covilhã no passado jogo, contra o Sporting de Braga B, no estádio Santos Pinto, isso, sim, mereceriam honras de bradar aos céus. Uma verdadeira prenda de Natal aos pés da Estrela onde o verde perdura e o branco, fresquinho, chama pela gente.



Autor
Sergio Saraiva

Categoria
Opinião

Palavras-Chave
Natal / sabemos / entrar / tempo / Pai / enfeitadas / vestidas / feitios / intoxicando / perdendo

Entidades
PT / Erivelto do Sporting da Covilhã / Sporting de Braga B / abc do cidadão / Portugália

Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
→ Ver Original

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