Futsal do Fundão faz história

2014-05-07

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Desportiva ganha Taça de Portugal.

"Mais que um sonho, uma demonstração de trabalho". Foi assim que, no final do épico jogo que, no passado domingo, 4, a Desportiva do Fundão venceu frente ao Benfica, em Oliveira de Azeméis, relativo à final da Taça de Portugal de futsal, o técnico fundanense, Joel Rocha, respondia na zona de entrevistas rápidas da RTP2, que transmitiu uma partida que para sempre ficará na história, não só do clube, como do desporto regional.
O Fundão acabara de bater o favorito Benfica por 7-6, arrecadando a primeira Taça de Portugal da sua história. Uma final-four mítica, em que a equipa foi sempre acompanhada por imenso público fundanense, e em que, nas duas partidas que disputou, teve que saber sofrer para levar de vencida os seus adversários. Neste trajecto, até à final, o Fundão já afastara o campeão em título, Sporting. Nas meias-finais, no sábado, ganhou ao Módicus por 2-1, com o golo que valeu a final a ser apontado por Davide Moura a um segundo do fim. Já no domingo, numa grande demonstração de categoria, os fundanenses estiveram a perder por 1-0, frente ao Benfica, mas depois, passaram para a frente, com golos de Anilton e Davide Moura, e nunca mais estiveram em desvantagem no marcador. Alna Brandi ainda empatou para os encarnados, mas Davide, em cima do intervalo, deu vantagem de 2-3 ao Fundão. Na segunda parte, a equipa de Joel Rocha apostou no contra-ataque e viu, aos 29 minutos, o espanhol Noé Pardo aumentar a vantagem. O Benfica voltou a reduzir, aos 32, por Ricardo, mas aos 35 minutos, Anilton, num grande remate, colocou o marcador em 3-5. Pensava-se que a Taça estaria conquistada, mas o Benfica apostou num guardião avançado, nos últimos minutos, e por Paulinho e Joel Queirós, levou o jogo para prolongamento.
Nos minutos extra, o Fundão foi melhor. Aos 45 minutos, Davide, após jogada de Anilton, fez o 5-6 e um minuto depois a vez de Lileu fazer o 5-7. Os encarnados voltaram a apostar num guardião avançado e, a um minuto do fim, aquilo que poderia ser a tranquilidade fundanense transformou-se em sofrimento. André Sousa, numa rápida recolocação de bola em jogo, atirou a bola ao poste e, na resposta, o Benfica reduziu para 6-7, por Serginho. O último minuto foi, por isso, de defender e cerrar fileiras, o que acabou por resultar na conquista de um troféu "inesquecível, mas não irrepetível", segundo Joel Rocha.
"Interioridade não é inferioridade"
Enquanto os atletas faziam a festa, Joel Rocha dizia para a televisão o que lhe ia na alma. "É um feito grandioso, fruto de muito trabalho e de muita gente. Interioridade não é inferioridade" frisava o jovem técnico, 32 anos, que dizia acreditar muito no trabalho feito na Desportiva, apontado já a novos objectivos, já que os fundanenses estão apurados para o play-off do campeonato.
No final, técnicos, dirigentes e atletas levantaram o caneco, com o capitão Couto a ser dos mais efusivos na celebração. A equipa viajou depois para o Fundão onde foi acolhida nos Paços do Concelho, por adeptos e também por responsáveis camarários, com o autarca Paulo Fernandes a enaltecer o dia "histórico para o concelho. "
O autarca lembrou que nunca, anteriormente, nenhuma equipa do Interior tinha conseguido a Taça de Portugal e enalteceu o mérito dos jogadores, que jogaram "com alma e com coração". Segundo Paulo Fernandes, a força fundanense derrotou "os milhões" do Benfica. O Fundão sucede assim ao Sporting no historial de vencedores.