Maria e Joaquim, de 73 e 75 anos, vivem no sobressalto permanente de quem tem um adicto em casa. Já passaram por muito. Já perderam a esperança.
Maria tem 73 anos e é doente oncológica, mas essa não é a grande cruz que carrega. Aliás, nem menciona o assunto, porque a grande doença que a atormenta é a adição do filho. "Ela nem se lembra de cuidar dela, porque vive preocupada com o filho", diz uma das técnicas da equipa de tratamento do Centro de Respostas Integradas da Covilhã.
Com o passar dos anos Maria deixou de ir almoçar fora ao domingo, deixou de se ausentar de casa por longos períodos, deixou de ter uma vida normal, sempre em cuidados com o filho. Com receio do que possa fazer. "Podíamos sair e estamos presos por causa dele. Eu não o quero deixar sozinho em casa", explica.
Quem a ouça falar, pode pensar que tem à sua guarda uma criança, mas Pedro já conta 46 anos e quase três décadas de consumo de drogas. "A cabeça dele é como se tivesse 11 ou 12 anos", realça a mãe, sempre de lenço de papel na mão, para absorver as lágrimas que não consegue evitar cada vez que fala no assunto. Já a aparência, acrescenta o pai, Joaquim, 75 anos, é a de uma pessoa muito mais velha, fruto das agressões ao corpo durante tantos anos consumo. "Passou por todas as drogas", frisa.
(Reportagem completa na edição papel desta semana)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
Maria / filho / deixou / cruz / casa / Joaquim / vivem / pesada / toxicodependente / sobressalto
Entidades
Maria / Joaquim / Pedro / Centro de Respostas Integradas da Covilhã
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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