São adolescentes e deixam de ir à escola, de se relacionar com amigos, isolam-se da família, alteram os padrões do sono para se passarem a focar no seu único interesse: os videojogos.
Vestia-se, saía com a família e assim que estes viravam costas regressava a casa, para se voltar a sentar ao computador, onde chegava a passar 24 horas seguidas. Era esta a rotina de Luís, nos mais de dois anos em que esteve viciado nos videojogos, entre os 13 e os 16 anos.
Comia em frente ao computador. Quando não estava a jogar, estava a pesquisar formas de subir de nível. Deitava-se às 6h ou 7h da manhã, a pensar no jogo e, quando acordava, voltava para a frente do monitor. Esse tornou-se o seu único interesse. Foi abdicando de tudo o resto. Até do desporto e da música, a que sempre esteve ligado.
Primeiro começou a faltar a algumas aulas, porque passava a noite a jogar. Depois praticamente deixou de ir à escola. Aparecia ocasionalmente e escolhia disciplinas em que usava computador, para ver vídeos e fóruns sobre o League of Legends, o seu jogo de eleição, a que se dedicou com tanto fervor que negligenciou tudo o resto. A prioridade era só uma: jogar cada vez mais tempo, tornar-se cada vez melhor nessa sua vida virtual.
Por causa dessa obsessão reprovou duas vezes na escola, por faltas. Na primeira vez que a Comissão de Protecção de Menores interveio, alertada pela escola, manteve o comportamento. Só aí a mãe ganhou consciência da dimensão do problema, mas Luís mentia-lhe, arranjava desculpas para as suas falhas, dizia que tinha levado falta por mau comportamento ou falta de material. As repreensões não tinham resultados práticos. Em Março do ano passado a escola voltou a dar o alerta. Desta vez Luís, actualmente com 17 anos, foi encaminhado para o Centro de Respostas Integradas (CRI) da Covilhã, onde teve acompanhamento e lhe falaram no boxe, que se tornou um dos seus motivos de interesse e se revelou uma parte fundamental na terapia.
(Reportagem completa na edição papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Palavras-Chave
família / Vestia-se / Internet / computador / escola / videojogos / Luís / interesse / jogar / Agarrados
Entidades
Luís / Comissão de Protecção de Menores / Centro de Respostas Integradas / CRI / Covilhã
Artigo Preservado pelo Arquivo.pt
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