Dos comboios e das estradas

2016-02-03

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Nós, beirões, temos sido tratados abaixo de cão.

O Manuel da Silva Ramos, escritor da nossa praça, tem sido um dos arguentes da CP, Comboios de Portugal no que se refere às péssimas condições de serviço disponibilizado e indevidamente denominado "Intercidades".

Para os mais incautos, desde há uns anos a esta parte, o dito "serviço Intercidades", passou a ser efetuado por automotoras antigas, as quais, e após uma apressada remodelação foram colocadas ao serviço apenas na linha da Beira Baixa.

Tais veículos ferroviários já não reuniam as condições necessárias para um serviço de longo curso com o conforto que se exige e que estávamos habituados, uma vez que esta linha, e em paridade com as restantes onde o mesmo serviço existe, omesmo ser assegurado por comboios de máquinas e carruagens incomparáveis com as ditas automotoras. Pois chega-se ao caricato de as ditas composições não poderem usufruir das velocidades que poderiam atingir, p. Ex. 140 Km/hora ou mais, quando elas não podem andar a mais de 120, e mesmo a partir dai, parece que tudo aquilo se desengonça.

Veículos que ao longo de toda a sua vida estiveram e continuam a estar ao serviço dos comboios regionais e suburbanos de média distância e duração no percurso.

E dói, mas dói mesmo, quando se vê noutros cantos do país serviço regional a ser efetuado pelo mesmo material que foi "retirado" da nossa linha, que outrora fazia serviço intercidades.

Desafortunadamente cá, nós, os beirões de baixo, temos sido tratados seja por políticos, seja por empresas públicas, no caso da CP e ex -Refer, e outras que não vem ao caso referir, abaixo de cão no que se refere a um conjunto de coisas. Porque se deixa e acabamos por não ter vozes à altura que defendam os nossos interesses, por muito que isto doa a muita gente. Mas também é essa a intenção.

Porque os beirões de cima, por exemplo da Guarda, lá têm os comboios intercidades nas devidas condições e vão ter uma linha excelente! Mas isso são outras guerras, que não vem ao caso referir neste artigo.

O Manuel da Silva Ramos tem mais que razão. Da minha parte cansei-me de pregar aos peixes. Mandámos cartas de cortesia para ajudar a resolver o assunto e nem resposta. Não se faz, porque uma carta devia ter sempre resposta.

Olhemos para a nossa estrada nacional 18 uma via que nos envergonha, a todos ante o vil pecado cometido com a introdução das portagens na A23. Basta ir ali ao lado no país vizinho, seja Castela Leão ou Extremadura, para não ir mais longe, qualquer estradeca local mete a um canto as nossas nacionais 17 ou 18, que são uma vergonha e um perigo, porque as conheço e circulo nelas.

Diz o povo, com razão e sabedoria, "cada terra tem o que merece"! Concordo inteiramente com o aforismo popular porque este estado de coisas são na verdade o espelho e o resultado de muita da incapacidade de intervenção daqueles que decidem nas nossas costas e não há quem lhes ponha o dedo no nariz. Como nisto e muitas coisas mais.