António Machado canta os mesmos versos há 25 anos, agora com a filha Raquel, tal como a avó e os pais também fizeram no passado.
De capote de serrubeco castanho vestido, no alto do campanário da antiga igreja, António Machado, apenas iluminado pela lua cheia e uma tocha ao lado, canta, em tom pesaroso, os Martírios, numa noite em que a tradição pascal, de origem pagã, voltou a ser recriada pelo Rancho Folclórico da Boidobra.
Na rua, com as luzes apagadas e as silhuetas na parede projectadas pelos archotes, estão vários elementos do grupo trajados com roupas de outros tempos e algumas dezenas de pessoas que se juntaram na Rua de Santo André para presenciar o lamento pelo martírio de Cristo na cruz. Podiam ser mais, ou não estivessem os cafés cheios com gente fixada na televisão a acompanhar a noite europeia do Benfica.
A meio da artéria, numa janela, está outra voz e numa varanda mais ao fundo da rua uma terceira, para dividir o esforço de ter de projectar a voz para que se ouça bem longe. Uma delas é Raquel Machado, 25 anos, filha de António.
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Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Categoria
Secções
Palavras-Chave
canta / Boidobra / Martírios / António / Rancho / Folclórico / Machado / rua / Raquel / martírio
Entidades
Raquel / Cristo / Podiam / Raquel Machado / António
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