Em Aldeia de São Francisco de Assis 28 filhos da terra ou lusodescendentes regressaram da Venezuela devido à insegurança e à crise económica e social.
Já tinha ficado sem a mãe, num sequestro que terminou da pior maneira. Nos últimos anos as filas de racionamento de alimentos tornaram-se habituais, tal como a ausência de bens de primeira necessidade. Encontrar medicamentos era uma aventura e começou a ter dificuldade em obter as matérias-primas para a sua empresa de produtos químicos. A fome fez aumentar a insegurança no país e já tinha medo de andar na rua, em Caracas. "Saía de casa, mas nunca sabia se regressava", conta, com uma serenidade aparente, Helena Firmino, 56 anos, que há dois meses regressou da Venezuela para Aldeia de São Francisco de Assis, onde ao longo da vida vinha de férias a cada dois anos.
Com a desvalorização da moeda para valores que jamais imaginaria e o custo desproporcional de tudo, conseguiu chegar a Portugal financiada pela "fundação pai", ri. Refere-se à ajuda de Pedro Firmino, 86 anos, que pagou a viagem através de uma agência de viagens com filial nos Estados Unidos da América. Uma passagem custa agora mais de dois mil euros. O salário mínimo nacional desceu para o equivalente a cerca de seis euros, o suficiente para comprar pouco mais do que um quilo de arroz.
Vivia num país "como não há". Um país de imigração, próspero, onde "era fácil vingar na vida", com um clima tropical e "gente alegre". Agora, a Venezuela, onde residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes, é o país de onde saem diariamente cinco mil pessoas devido à crise política, económica e social.
(Reportagem completa na edição papel)
Autor
Ana Ribeiro Rodrigues
Categoria
Secções
Palavras-Chave
Venezuela / Beira / Assis / Francisco / país / Aldeia / Firmino / filhos / mãe / maneira
Entidades
Helena Firmino / Pedro Firmino / Aldeia de São Francisco de Assis / Venezuela / Caracas
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