Estudo diz que não há razões para alarme nas habitações guardenses.
Os resultados de um estudo sobre a concentração de gás radão nas habitações da cidade da Guarda e aldeias periféricas indicam que não há motivos "para alarmismo".
Segundo Alina Louro, responsável pelo estudo denominado "SOS Radão Guarda" a análise dos dados de 185 dosímetros (aparelhos de medição de radão) que estiveram colocados em igual número de habitações, entre o dia 14 de Novembro de 2009 e o dia 16 de Janeiro de 2010, indica que não há situações "preocupantes". "Os resultados estão de acordo com aquilo que prevíamos. Não tivemos qualquer tipo de surpresa nestas 185 habitações. Não temos motivos para alarmismo louco", diz a investigadora.
Alina Louro acrescenta que os resultados divulgados na semana passada numa jornada dedicada ao radão, "não são maus, são interessantes e permitem que a investigação avance". A coordenadora do projecto admite que "há casas que têm concentrações residuais" e outras que apresentam valores mais elevados. Mas, adianta: "não temos resultados alarmantes e todos os casos que merecerão mais alguma atenção, são casos que estão espalhados, não temos regiões preocupantes". Diz esperar que as casas graníticas tivessem concentrações mais altas, mas isso "não acontece sempre", indicando que "há casas em betão que têm valores muitíssimo superiores às casas graníticas", situação que diz estar relacionada com a ventilação e com os hábitos dos habitantes.
Já em relação à possibilidade de os níveis de radão estarem associados ao surgimento de neoplasias do foro respiratório, assegura que não existem elementos que "permitam dizer que o radão está a causar casos anormais na Guarda".
Luís Peralta, investigador que lidera o projecto nacional relacionado com os riscos para a saúde humana da exposição ambiental ao radão, assegura que "não existe, cientificamente, uma ligação determinística entre a exposição a níveis, que apesar de tudo são relativamente baixos, de radão e o cancro de pulmão". "Isso significa que uma pessoa pode viver toda a vida [exposta ao radão] e nunca lhe acontecer nada", declara. Segundo o mesmo responsável, "não há razões para as populações entrarem em pânico, nem a Guarda é um caso isolado a nível nacional". Contudo, defende a necessidade de as próprias populações tomarem medidas de mitigação e considera que a legislação deveria "ir um pouco mais além e, em muitos casos, ser recomendado o controlo do gás radão e, caso necessário, tomar medidas adequadas".
O radão é um gás radioativo presente nos solos, no ar e na água, que está associado ao granito. Elaborar um mapa de risco com as concentrações de radão nas habitações da área urbana da Guarda e das Freguesias rurais à volta é o objectivo do estudo que faz parte do doutoramento de Alina Louro, docente da Escola Secundária Afonso de Albuquerque.
Autor
Notícias da Covilhã
Palavras-Chave
Radão / Guarda / Estudo / habitações / Louro / resultados / Alina / casos / casas / concentrações
Entidades
Alina Louro / Luís Peralta / Escola Secundária Afonso de Albuquerque / Guarda / SOS Radão Guarda
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